quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Na estreia, Ronaldinho tem muita vontade e lampejos de genialidade

Craque não brilha nem participa do gol da vitória sobre o Nova Iguaçu, mas mostra disposição e se emociona com a festa feita pela torcida rubro-negra

Último a entrar em campo. Saltitante, balançando pernas e braços sem parar. Mais agitado do que o normal. Mas o momento era diferente mesmo. Especial. À espera do craque, um gigante e lindo mosaico preparado pela torcida rubro-negra com a frase: “Bem-vindo R10”. Emocionado, Ronaldinho Gaúcho agradecia com as mãos e fazia sinais de positivo com a cabeça. Veio a foto oficial. Os abraços dos companheiros, até mesmo dos adversários... Mas as homenagens não paravam por aí. Leo Moura se aproximou, tirou a braçadeira e entregou ao camisa 10, que vai passar a ser o novo capitão do Flamengo. Nova euforia na arquibancada. Ronaldinho precisava recuperar a concentração antes do apito inicial. Então se isolou. Fechou os olhos, abriu os braços e começou a rezar. Pediu proteção, inspiração.
Mosaico Ronaldinho FlamengoMosaico feito pela torcida do Flamengo em homenagem a Ronaldinho (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
E a bola rolou. Começava uma nova fase na carreira de Ronaldinho Gaúcho. Contestado desde a Copa de 2006, o meia espera voltar aos tempos de glória. Na estreia, o camisa 10 não brilhou nem participou do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Nova Iguaçu marcado por Wanderley aos 40 minutos do segundo tempo. Mas teve lampejos de genialidade, foi um jogador participativo, que chamou a responsabilidade, que orientou os companheiros. No total, ele correu 8,7km na partida e ficou com a bola nos pés por 3m09s. Deu três chutes, quase marcou um gol em uma bela cobrança de falta.
No começo da partida, a euforia dominou o Engenhão. A cada toque na bola de Ronaldinho Gaúcho surgiam gritos histéricos da torcida. O primeiro lance foi improdutivo. Parou no peito do zagueiro Alex Moraes. O camisa 10 parecia nervoso. Perdeu a bola também nas duas jogadas seguintes. No total, foram 11 passes errados durante os 94 minutos. Só quando surgiu uma falta na lateral esquerda é que a velha habilidade começou a aparecer. Ronaldinho fez um gesto com a mão indicando que iria cobrar na segunda trave. Mas ao ver o goleiro Diogo Silva sair antes para a pequena área, ele tentou surpreender e cobrar direto. Mas camisa 1 do Nova Iguaçu conseguiu voltar a tempo e defender. Um lance que lembrou bem o gol em cima da Inglaterra na Copa de 2002.
Logo na estreia, Ronaldinho exerceu também liderança. Aos nove minutos, ele fez um sinal de tranquilidade para todo o time logo depois de Alex Faria perder um gol incrível para o Nova Iguaçu. A defesa estava discutindo o posicionamento, mas o camisa 10 logo começou a falar e movimentar as duas mãos para baixo e para cima pedindo calma. Por várias outras vezes, ele também orientou a marcação, acertou o posicionamento. O papo, na maioria das vezes, acontecia com Deivid, Vander e Thiago Neves, principais companheiros de ataque. Aos dez minutos, uma das marcas registradas. Toque para um lado, cabeça para o outro. A defesa ficou perdida, mas Leo Moura perdeu a bola ao tentar entrar na área.

0 comentários:

Postar um comentário